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Antes e depois do Corona vírus — o despertar do coletivo

Tudo começou com uma só pessoa. Um único homem, uma só criatura em um universo de mais de 7 bilhões de humanos que habitam a Terra, foi capaz de transmitir um vírus capaz de, em um período de 100 dias, atingir mais de 200 mil pessoas nos cinco continentes e causar mais de 8 mil óbitos, obrigando a ONU a declarar, em 11 de março de 2020, a situação de pandemia no planeta. Ou seja, de uma epidemia que não conhece fronteira e que se alastrou para todos os continentes.

Agora que aconteceu a pandemia causada pelo vírus SARS-Cov-19 que provoca a Corona Virus Disease (Covid-19), muita gente afirma que a ficção já havia previsto essa situação. Na verdade, a História já havia previsto. No momento em que o homem deixou de ser caçador e passou a viver em sociedade, com proximidade física com outras pessoas, o contágio começou. Ao longo dos séculos outras doenças contagiosas foram capazes de dizimar populações inteiras. Malária, Tuberculose, Lepra, Influenza – todas desafiaram a medicina a se desenvolver em busca da cura. A mais recente, a Gripe Espanhola, aconteceu entre 1918 3 1920, atingiu 27% da população da Terra. Matou 5% da população global – algo entre 50 e 100 milhões de pessoas. Tudo isso aconteceu há apenas 100 anos, mas foi rapidamente esquecido.

Os cientistas sabiam que uma nova pandemia era mais que possível, que era provável. Afinal, os vírus evoluem rápido e não conhecem fronteiras. Além disso, com a globalização, as pessoas e as coisas circulam mais rapidamente pelo mundo. Entretanto, era conveniente para os governos simplesmente se apegarem à ilusão de que a possibilidade de uma pandemia era apenas assunto para os escritores de ficção. Pois bem, a pandemia é real e veio para nos mostrar que não estamos preparados para ela nem politicamente, nem economicamente e, muito menos, emocionalmente.

Politicamente

As relações internacionais estão no seu ponto mais frágil dos últimos 70 anos. Temos vistos diversos momentos de tensão entre países como Irã, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Rússia, China e os Estados Unidos. Mesmo onde deveria haver união – a União Europeia – tem havido tensão. Depois da saída da Grã-Bretanha, há uma preocupação em relação ao futuro do bloco. Por causa das medidas contra a disseminação do Corona vírus, as fronteiras entre os países foram fechadas. Algo que não se via há quase 30 anos.

A única construção humana que pode ser vista claramente do espaço é a Grande Muralha da China. E isso já diz muito sobre o planeta Terra. Afinal, o maior esforço conjunto dos terráqueos foi desenvolvido para separar as pessoas. Por milhares de anos a muralha protegeu os chineses de invasores e ajudou aquela cultura a se fortalecer. Mas, como sempre acontece com os muros, chega um dia que sua existência perde completamente o sentido porque faz parte da natureza humana sempre querer ver o que há do outro lado do muro.

Reconhecer isso é que são elas! O muro de 3,6 metros de altura foi construído pela República Democrática Alemã para isolar a porção administrada pelos soviéticos das regiões da cidade administradas por Estados Unidos, Grã-Bretanha e França. A divisão da capital alemã em zonas foi feita pelos vencedores da Segunda Guerra Mundial. Com os nazistas fora da cena, norte-americanos e soviéticos passaram a disputar o poder o em escala planetária. Foi o início da Guerra Fria que dividiu as nações entre comunistas e capitalistas. Como a ideia era dividir, nada melhor que um muro. Assim, em pleno século 20, mesmo com as ondas de rádio integrando as pessoas à distância, a Alemanha Oriental construiu um muro para separar fisicamente os dois lados da cidade. Inaugurado em 1961, o Berlim Wall foi o símbolo da Guerra Fria. Acabou sendo demolido pelo povo em 1989.

A sensação de solidez que um muro traz é extremamente ilusória. Veja o caso de Wall St., que é o primeiro lugar do planeta em que os abalos são sentidos. Ali, tudo que é sólido se desmancha no ar em poucos minutos. É interessante notar que onde hoje está o centro financeiro mais importante do mundo era o exato lugar físico em que uma muralha de proteção erguida pelos holandeses na ilha de Manhattan havia sido construída para proteger os primeiros habitantes de piratas, índios, Ingleses e, também, para evitar que seus escravos fugissem. Os Ingleses derrubaram o muro em 1699, mas o nome ficou e foi nesse endereço que construíram a mais poderosa Bolsa de Valores do mundo. Ironicamente, em vez de repelir, Wall St. atrai os piratas – só que agora vestidos em ternos Armani e pilotando estratégias de especulação financeira.

Os países podem ter fronteiras, construir muros e muralhas, mas Wall St une o mundo na medida em que todas as economias hoje estão conectadas. O que acontece na China tem uma grande influência nos Estados Unidos. A interdependência é um fato. Só que o ego faz com que os governos criem barreiras comerciais – olha a fixação humana por muros e muralhas aparecendo novamente – e, em vez de aceitarem a interdependência e aprofundarem a cooperação pensando no bem-estar das suas populações, preferem deixar o ego falar mais alto e criam guerras tarifárias intermináveis. O Corona vírus veio mostrar que todas essas barreiras são ilusórias e que as pessoas em vez de criarem laços sólidos preferem ficar na superficialidade das relações e reforçando o individualismo.

Aliás, as reações dos governos à pandemia geralmente refletem a preocupação de cada governante com o seu próprio futuro político. Alguns minimizaram o perigo para a saúde pública representado pelo Cov-19, disseram que era histeria da imprensa. Ao tentarem tapar o sol com a peneira visando seus projetos políticos individuais, atrasaram o combate ao vírus e permitiram que o contágio aumentasse exponencialmente. Os mesmos políticos não querem admitir, mas o fato é que os países dependem do comércio internacional até para curar os seus doentes. Há mais de 15 anos os Estados Unidos deixaram de produzir antibióticos porque era mais vantajoso importar da China. Hoje, 90% dos antibióticos são fornecidos pela China. O que antes seria considerado pelos políticos uma dependência perigosa em uma área estratégica, acabou sendo reescrito pela mão do resultado financeiro. Em outras palavras, dane-se que é estratégico, é mais barato.

Cada vez mais a política é conduzida pela economia e não o contrário. Os governos dependem dos números da economia para convencerem os eleitores. Eis uma verdade política que ninguém quer admitir: os resultados da economia podem contaminar negativamente qualquer candidatura. Afinal, os eleitores preferem votar em quem possa trazer uma esperança de melhoria do que manter os que trazem fatos negativos.

Economicamente

O vírus, forma de vida que está entre as mais primárias da natureza é poderoso porque evolui rapidamente. Mutações sucessivas o renovam e, por isso, o tornam mais eficiente – e, portanto, mais letal. Interessante que o “modus operandi” dos vírus – especialmente o do Cov-19 — carrega uma série de dinâmicas altamente valorizadas pela nossa sociedade como adaptabilidade, evolução rápida e facilidade de disseminação. Na economia, esses conceitos ditam regras. Vários mercados funcionam assim. A dinâmica da moda é assim. Novas coleções para atender a novos anseios, divulgadas de forma viral por jornalistas, blogueiros e influenciadoras para ativar toda uma cadeia produtiva. A dinâmica do mundo digital, também. Os aparelhos ganham novas versões anualmente e adoção de uma forma de tecnologia ou uma marca é algo que passa de uma pessoa para outra por contato próximo, por experiência. O mesmo acontece com os aplicativos. Quando a Apple lançou o Facetime muitas famílias inteiras adotaram o iPhone porque poderiam todos utilizar. A disseminação de aplicativos como o WhatsApp também foi viral. As notícias, são virais e, na arte, não há artista que não deseje que sua música ou performance viralize de forma orgânica na internet. Ou seja, nossa sofisticada sociedade de consumo do século 21 admira a dinâmica dos vírus.

O interessante é que, quando uma febre de consumo se estabelece, as pessoas querem logo o produto e não se preocupam muito sobre os impactos que sua fabricação provoca. Isso porque geralmente isso acontece à distância e, muitas vezes, exatamente atrás da Muralha da China. Mas, enquanto está tudo bem, Wall St nem liga. No mundo da economia, a China é o distante mais próximo que existe. Equipamentos e partes fabricadas lá saem mais barato e é isso que faz com que boa parte da manufatura aconteça no país, que tem extensa oferta de mão de obra e pouca preocupação com a preservação ambiental. O fato é que o que acontece na China, fica na China. E o consumidor ocidental fica em paz com isso. Afinal, a globalização existe para isso, certo? Para tornar tudo mais barato e eficiente, certo? A cegueira das pessoas sobre o que está por trás dos preços baixos é muito conveniente.

O fato é que, segundo a ONU, a dívida mundial passa dos US$ 253 trilhões – o que significa 223% do PIB mundial. Estamos vivendo em uma bolha, em uma falsa prosperidade financiada por dívidas monetárias e morais.

Aliás, até a dinâmica de disseminação do novo Corona vírus seguiu a ordem de abertura dos mercados. Começou na Ásia, passou pela Europa e atingiu a América. Exatamente como a queda dos mercados. Nas primeiras semanas de março, os investidores olhavam as bolsas em queda na Ásia antes de dormir, acordavam cedinho para ver mais queda nas bolsas europeias e esperavam o pregão da New York Stock Exchange abrir só para ver o Tsunami chegar e derrubar as bolsas na América. Quando a situação do pregão fica realmente incontrolável, o “circuit breaker” é acionado. Quando isso acontece, o pregão é suspenso e os operadores param, respiram, buscam se livrar do pânico e recomeçam a negociar mais oxigenados. Geralmente quando um “circuit breaker” acontece em algum lugar, as outras Bolsas tendem a adotar esse comportamento. O medo é viral. Está tudo conectado. Politicamente, economicamente, mas o mais importante as pessoas não estão percebendo: tudo está ligado também emocionalmente. Tudo começa com uma pessoa.

Emocionalmente

O mundo está em pânico e fraco emocionalmente. As pessoas estão imediatistas e muito influenciadas por tudo de certo e de errado que ouvem. O Cov-19 está vindo para mostrar como estamos desequilibrados emocionalmente. Como estamos frágeis e influenciados pela informação e pela desinformação gerada pelas “fake news”. Essa insegurança sobre a realidade fragiliza as pessoas, baixa as defesas mentais e abre caminho para todo tipo de propaganda ideológica. As pessoas não estão preparadas para lidar com o medo em suas várias formas: medo da doença, do isolamento, da recessão e das consequências das suas escolhas políticas. Diante de tudo isso, é preciso buscar o equilíbrio de forma individual para que o coletivo possa se equilibrar.

Tudo começou com um único homem. Sim um único indivíduo teve contato com um morcego. Estudos realizados mostram que esse vírus está presente em 96% dos morcegos. Pode ter sido coincidência, o vírus poderia ter vindo de outro animal exótico do mercado de Wuhan, mas veio justamente deste mamífero alado. Por isso, vale a pena investigar o que as culturas mais antigas associam a essa espécie.

No xamanismo, o morcego significa o renascimento, a transição, a invisibilidade e o poder de observar segredos invisíveis. Se um morcego voar em sua vida significa que a transformação do seu ego está prestes a acontecer. Significa o fim de um modo de vida e o início de um modo de vida. Que vamos enfrentar uma escuridão antes de encontrar a luz do renascimento. Preciso dizer mais alguma coisa? Acho que o morcego que transmitiu isso para uma única pessoa e que agora virou uma pandemia veio nos mostrar que o mundo não pode ser mais o mesmo. Não podemos agir somente a partir do nosso ego, não devemos criar barreiras, não podemos continuar vivendo em uma bolha sem olhar o coletivo.

A pandemia mostrou claramente que as pessoas vivem pelo egoísmo. Gente que corre para o hospital sem necessidade em vez de dar espaço para quem realmente precisa. Pessoas comprando quantidade enormes de mascaras, álcool gel, produtos de limpeza e comida para gerar uma falsa sensação de segurança enquanto deixam as outras pessoas desabastecidas. Pensam sempre no individual, nunca no coletivo. É o “salve-se quem puder” diante da gôndola do supermercado. Presidentes egocêntricos apontando o dedo um para o outro acusando pelo início da pandemia. Agora não importa. A única forma de sairmos dessa é através da união. Da reconstrução do coletivo.

O mundo está entrando em quarentena. Essa quarentena é para uma viagem interna onde temos que parar, refletir, valorizar o básico. Valorizar a nossa casa, a nossa cama, de poder respirar, de conviver com a família.

A fase de isolamento é para salvar o coletivo. Cada um vai se conhecer muito melhor nesse momento. É interessante notar que a Covid-19 ataca principalmente os pulmões, endurecendo-os e tirando a sua capacidade de oxigenar o sangue. Por isso, os médicos recomendam como teste que as pessoas respirem fundo e percebam se conseguem reter o ar por 10 segundos. Se não conseguirem, é hora de ir para o hospital ser testado para a Covid-19. Exceto os que meditam por hábito, a maioria das pessoas nem liga para o ato de respirar, que é o mais básico da vida.

Isso tem um significado importante. Em meio a tanto consumismo e ganância, as pessoas (em todo o mundo) estavam perdendo a noção do que é realmente importante na vida. Respirar é fundamental. E as pessoas não dão o devido valor para o ato de respirar. Para a maioria respirar é automático. Não valorizamos o que é rotina.

Parece uma contradição, mas o vírus que tira a capacidade pulmonar nos ajudou a respirar melhor. Com a quarentena, o trânsito e a poluição nas grandes cidades diminuiu e isso ajudou a salvar os que sofriam com a Covid-19. De novo: tudo está conectado. Está tudo na nossa cara e não percebemos. Ou não temos maturidade para lidar com a realidade.

Com a suspensão do turismo, a cidade de Veneza viu a qualidade da água dos seus canais mudar para melhor. Não foi preciso uma década e sim umas poucas semanas para mostrar que o consumo desenfreado, o turismo sem controle e a irresponsabilidade das pessoas com o lixo que deixam para trás impactam negativamente os lugares que elas mesmas sonham conhecer. Veja que os habitantes de Veneza continuam lá. Portanto, fica claro que a cidade consegue suportar a sua população e que o desequilíbrio vem dos visitantes que há décadas lotam a cidade de forma descontrolada. O vírus fez as pessoas olharam para suas cidades, suas casas e seus medos.

Com a pandemia declarada em 11 março, a orientação foi fazer isolamento social. No mundo todo, escolas suspenderam as aulas, eventos esportivos foram cancelados, bares e restaurantes perderam clientela e só os supermercados foram enchendo de gente fazendo compras até esvaziarem as prateleiras. As principais recomendações para impedir a escalada do contágio são manter as mãos limpas e ficar em casa. Isso já aconteceu na Coreia do Sul e na Itália e tem sido a melhor estratégia para conter o vírus.

Mas parece que o mundo não está preparado emocionalmente para seguir essas recomendações tão simples. Muita gente expressa seu medo estocando alimentos e produtos de limpeza – o que revela um enorme egoísmo quando se leva em conta o fato de que o estoque de um representa do desabastecimento do outro. Além disso, as pessoas parecem se sentir desconfortáveis com a ideia de ficar em casa – o que parece uma contradição enorme considerando que estar em casa com a família é a situação que deveria ser a mais confortável possível. Afinal, as casas nunca foram tão bem equipadas. O problema é que as pessoas se sentem sufocadas atrás dos muros.

Na realidade do isolamento social, cozinhar para a família e com a família passou a fazer parte da agenda das pessoas. Com as crianças sem aulas, os pais se veem obrigados a ensinar seus filhos, a brincar com eles, a conviver com eles. Ou seja, as coisas que deveriam ser rotina na vida de quem mora em grandes cidades surgem como desafios. A questão é saber se esse período vai ser visto como uma oportunidade para o crescimento pessoal, para conviver com a família, para entender melhor a sua relação com o trabalho, para mensurar quanto de dinheiro realmente é preciso para viver com conforto.

O tal morcego está nos fazendo ver várias situações com maior clareza. Está deixando claro a capacidade dos governos e das autoridades de lidarem com agilidade com um problema inesperado. Está mostrando a relação entre os serviços de saúde pública e a medicina privada. Revelou para as empresas a sua capacidade de resistir às crises. Mostrou para os colaboradores a empatia dos seus dirigentes. Colocou as relações familiares sob um microscópio.

Famílias que viam seus idosos como coadjuvantes passaram a entender que eles estão frágeis e que o risco de perde-los é real. Mesmo que o cuidado seja o afastamento deles, as pessoas passaram a enxergar esse grupo em termos emocionais e afetivos. Tiveram que enxergar o comportamento das crianças e se viram obrigados a se preocuparem com o próximo. É importante ter maturidade emocional para entender as mensagens nas entrelinhas da pandemia do Corona vírus.

Acima de tudo, o vírus do morcego mapeou o ego de cada um. Dos governos, das empresas, das pessoas. Diante de um agente microscópico não há como ser arrogante. Vários tentaram minimizar o poder da epidemia, enquanto isso, ela se tornou pandemia. Depois de declarações desastrosas, governantes como Donald Trump tiveram que se render ao perigo de contágio.

O morcego mostrou que as pessoas estão agindo como egoisticamente e que isso não cabe mais em um mundo integrado nas mais diversas formas. A Covid-19 exige uma resposta que passa pela reconstrução do conceito de coletivo e exige uma nova valorização da convivência. A pandemia obrigou cada terráqueo a entender quais são as suas prioridades tanto na vida prática quanto na emocional.

Futuro

Coincidência ou não, Wuhan foi a cidade no mundo a lançar a tecnologia 5G. A mesma que vai dar todo o suporte para o futuro de muitas industrias.

O mundo vai passar por uma complexa transformação. A dificuldade que estamos vivendo fez com que alunos tenham aula virtual, o que vai obrigar o setor da educação a se reinventar e fazer com que os alunos encontrem uma forma de se disciplinar – vão ter que substituir a dispersão pela concentração. Os profissionais vão trabalhar mais de casa, o que vai exigir mais disciplina mas que também pode gerar mais produtividade. Talvez essa nova dinâmica de trabalho faça com que as picuinhas e politicagens sejam superadas e uma visão mais pragmática direcione as relações de trabalho. O e-commerce vai florescer porque os preconceitos em relação às compras online vão ser superados. Quem ainda não descobriu os serviços de streaming vai descobrir mais essa forma de entretenimento. Os cinemas, teatros e shows que ficaram fechados durante da pandemia, vão ganhar uma nova valorização por parte do público. A pandemia deverá finalmente dissolver as hesitações em relação à telemedicina. Afinal, em fase de contágio, nada melhor do que poder ser atendido pelo médico à distância. E as possibilidades de ampliar o papel do digital em nossas vidas são incontáveis. O 5G que está sendo testado na mesma cidade que o vírus apareceu vai nos ajudar a transformar o nosso futuro.

Impressionante parar e perceber toda sincronicidade deste momento. Estamos todos conectados – em mais de um sentido.

Acredito que vamos (enquanto humanidade) sair mais fortes dessa. O mundo nunca mais vai ser o mesmo. Estamos falando de um marco que vai ser lembrado como antes e depois do Corona vírus.

O que o planeta está vivendo no ano de 2020 deve direcionar as energias do futuro. Os serviços digitais vão ser cada vez mais valorizados. Finalmente a telemedicina deve ganhar o espaço que merece e aumentar a área de cobertura médica. As pessoas vão entender melhor seu impacto nas cidades. E o impacto do consumo desenfreado no planeta. Vai ser uma fase de reflexão, de redimensionamento, de revolução nos hábitos e de revisão emocional.

Os médicos e militares dizem que a visão perfeita é a 20 x 20. Estamos no ano de 2020 e o Corona vírus nos deu uma excelente oportunidade de enxergar melhor a nossa realidade. O que o mundo não foi capaz de visualizar há 100 anos, em 1920, no final da epidemia de Gripe Espanhola, agora está claro diante de nós: ciência, colaboração e empatia são fundamentais. Depois de declarações em que subestimou os impactos da pandemia e da sua própria existência, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um discurso em que reconheceu que o planeta vive a situação mais crítica desde do fim da Segunda Grande Guerra. Finalmente ele enxergou claramente o óbvio.     

Cooperação, convivência, colaboração serão pontos importantes. As lições que China, Japão e Coreia do Sul aprenderam durante a epidemia estão sendo passadas para outros países. O grande aprendizado que pandemia nos traz é que precisamos pensar no coletivo. Todos estamos a bordo do mesmo planeta. As divisões são ficção. Não existe limites em um planeta redondo, os muros são ilusórios, mesmo quando visíveis. Vista do espaço, a Terra não tem fronteiras e nunca terá.

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