LADING

A era da intuição chegou

 

“penso onde não sou; portanto sou onde não me penso” Descartes

Por que você escolhe o que escolhe? Por que você está nessa vida, agora, nesse site? Quando vivemos na 5ª marcha, tudo passa tão rápido que não conseguimos perceber para onde estamos indo e o porquê. É como quando estamos na estrada viajando de carro. Ao olhar para o lado, a paisagem passa de maneira tão rápida que não conseguimos nem ver aquela linda árvore na beira do acostamento. Nos últimos tempos, porém, fomos obrigados a desacelerar. 4ª, 3ª, 2ª… 1ª marcha. Quase paramos. Quase. Não paramos, pois, chegou a hora de pegarmos outra rota – aquela outra estava indo em direção ao abismo…

Bem-vindo(a) ao novo caminho que te conecta com a sua intuição, com seus sentidos, com o estar presente.

Entretanto, cuidado: essa estrada tem velocidade reduzida, o ritmo é outro. Ela nos convida a olhar para os lados, a pensar para onde estamos indo – do que simplesmente ir. E não vá achando que será difícil. Nós já vivemos inspirados e, em certo grau, conectados com nossa sabedoria intuitiva. Essa é a chave para que nosso caminho e nosso tão buscado propósito tornem-se claros. Mas como isso acontece?

Antes de tudo: o que é realmente a intuição?

Para trocarmos em miúdos sobre a intuição e como a estamos despertando, precisamos saber o que ela é, afinal.

O filósofo francês Henri Bergson é um dos maiores pensadores sobre o assunto. Ele desenvolveu uma tese centrada na intuição como um método para resolvermos quaisquer problemas. Para o filósofo, essa força “mística” nada mais é do que a apreensão imediata e as percepções primárias que são construídas instantaneamente de acordo com nossas experiências.

Isso porque, para Bergson, a intuição deve ser interpretada como uma atenção que ultrapassa o âmbito cognitivo. Ou seja, é estarmos em contato com camadas pouco acessíveis da nossa psique. É ouvindo a nossa intuição que iluminamos o nosso inconsciente e que podemos escutar o que ele tem a nos dizer.

O autoconhecimento antes da ação

Ao entendermos para onde estamos indo, é preciso saber o porquê dessa trajetória. Seja por meio das sincronicidades, ou simplesmente por estar em flow, todas as respostas estarão disponíveis a nós. O primeiro passo é nos colocar essas perguntas. O questionamento é o que nos faz sair da inércia da ação pela ação. Escapamos da lógica da efemeridade, que a modernidade líquida tanto nos concedeu.

A modernidade ar, como já falamos aqui, nos convida a estarmos sincronizados com o nosso propósito e, assim, a nos perguntar: o que gostariamos de ser? Não estou perguntando sobre qual carro você gostaria de ter, qual cargo no trabalho conquistar ou qual tipo de relacionamento você almeja. A pergunta é outra: o que você gostaria de ser, de emanar? Qual será sua essência? O desejar – seja relacionamentos ou bens materiais – era uma constante até então. E o que essas ações baseadas no desejo levaram? Vou dar algumas pistas: a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a depressão a principal causa de incapacidade em todo o mundo – cerca de 322 milhões de pessoas sofrem com a doença. Além disso, o Brasil é o país com a maior prevalência de casos de ansiedade – estima-se que 10% da população sofra com esse transtorno.

Estamos vendo na prática – e na dor – a importância de ser e viver o presente. O agora. 

Bom, então nossas ações irão mudar também? Provavelmente.

Para nos situarmos melhor sobre o assunto, podemos ter como base o ensinamento do Yoga (a filosofia) sobre o Dharma e o Karma. Compreender esse aspecto do funcionamento do universo é também entender o que se passa dentro de nós.

O Dharma e o Karma te convidam para a dança

O Dharma é uma palavra em sânscrito que significa “aquilo que mantém elevado”. É, na verdade, a essência do que existe e a lei universal da natureza que se expressa em cada um de nós e em todo o Universo. É o princípio da verdade.

Viver centrado no Dharma significa viver de acordo com nossa missão de vida ao seguir as leis da própria natureza e aceitar o fluxo das nossas relações com o mundo. Ou seja: a vida flui de acordo com a lei natural do universo.

Uma das “leis” do Dharma é o Karma, que vem da raiz kr em sânscrito, que significa “fazer”. Dessa forma, ao contrário do que é propagado na cultura ocidental, o karma não é uma “punição”. Ele é a reação causada por cada uma das nossas ações – sejam elas boas ou ruins. É nesse ponto que a intuição nasce ao nos dizer qual caminho seguir, qual ação tomar, qual valsa dançar, qual estrada percorrer.

Agora, com marcha lenta, vamos ser obrigados a olhar com mais atenção às nossas ações, ao nosso karma. Afinal, nos dias de hoje uma saída na esquina pode comprometer a saúde de muita gente.

Isso não significa que você fará as ações pensando na sua “recompensa”, mas sim ter consciência do que você está fazendo e o que isso irá gerar em você e nos que estão em sua volta. Quando começamos a agir assim, evocamos o Prana, a força da vida.

Prana: a força da vida, o combustível da intuição

E vamos novamente para os ensinamentos do Yoga. Para entendermos de onde vem a nossa energia intuitiva, precisamos entender o Prana. É assim denominada a energia orgânica que compõem as correntes do corpo sutil. Esse corpo não é físico – de carne e osso. Porém, é com ele que acessamos nossa intuição. Nele inclui-se as forças vitais do corpo como: o intelecto, a mente e… o ego. É a base do nosso pensamento e da consciência, base de todas as criações e as manifestações dos nossos desejos.

Por essa razão, quando não cuidamos da nossa energia interior, começamos a definhar psicologicamente. Quantas vezes você já não viu nessa quarentena pessoas que estão treinando todos os dias em casa, mas não estão rendendo nada no home office, não conseguem se concentrar e até mesmo estão tendo crises de ansiedade?

Turning-point

Os últimos tempos foram um convite para abrirmos os olhos e entender como essa energia intuitiva flui em nós e como ela é a responsável por sabermos como conduzimos a nossa vida. E como podemos notá-la? Da mesma maneira que falamos acima: reduzindo a marcha. Ou você pode chamar de meditação, mindfullness, atenção plena…

Passamos por um momento de limpeza nos quatro cantos do mundo, nos quatro cantos do nosso “eu”. E agora, sem toda aquela sujeira da efemeridade: o que você tem a ensinar a si próprio? Pergunte-se. Pode ser melhor que muito livro de auto-ajuda.

 

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