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Era de Aquário e todos nós – mudanças virão

Era de Aquário e todos nós

 

O fenômeno astronômico com significado astrológico coincide com a mudança no alinhamento dos conceitos pessoais, dos propósitos empresariais e dos destinos das nações

Os grandes telescópios mostraram em detalhe o que pode ser visto a olho nu em locais de céu límpido: em 21 de dezembro, dia do Equinócio, ocorreu um alinhamento entre Júpiter, Saturno e Terra. O fenômeno astronômico é conhecido deste a antiguidade e entrou para a Bíblia com o nome de Estrela de Belém – que, de tão brilhante, segundo as sagradas escrituras, guiou os Três Reis Magos até o local de nascimento de Jesus. Cada vez que esse alinhamento planetário se repete, por “coincidência” a Humanidade passa por um realinhamento, sempre em direção à maior iluminação e consciência pessoal e social. Desta vez, os astrólogos avisam que o fenômeno indica a chegada oficial da Era de Aquário, que seria a era em que o amor e o respeito inspirarão as ações da Humanidade.

Claro que há quem não se impressione pela astronomia – acha que os caminhos dos corpos celestes não impactam a vida dos terráqueos. Há também os que acham que astrologia é algo fantasioso. Entretanto, mesmo os mais cínicos e descrentes haverão de concordar que o mundo está mudando e que uma nova ordem global vem se impondo. Então, vale a pena explorar as correlações entre as energias cósmicas e os acontecimentos no nosso planeta.

Os astrônomos explicam que as órbitas de Júpiter, Saturno e Terra se alinham, com diferentes graus de aproximação, a cada 20 anos. Já os astrólogos atribuem fatos históricos bem concretos às influências dos movimentos celestes. Por exemplo, durante o trânsito de Saturno (planeta que rege o Tempo) em Aquário (signo da inovação) no período de 1991 a 1993, várias estruturas anacrônicas de poder foram alteradas e outras, ligadas a uma maior integração entre os povos, foram consolidadas.

Nesse período, na África do Sul, o presidente Frederik de Klerk começou a realizar negociações que culminaram com o fim do regime de segregação racista conhecido como Apartheid e abriu caminho para que Nelson Mandela se tornasse presidente do país em 1994, depois de ganhar um Nobel da Paz em 1993.

No Brasil, esses anos também trouxeram intensas mudanças econômicas e políticas. Em 1991 foi assinado o Tratado de Assunção, que criou o Mercosul, o bloco de integração econômica que uniu Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Internamente, ao mesmo tempo que os brasileiros viviam a abertura da economia às importações e seus efeitos de renovação do parque industrial nacional, tiveram que lidar com a instabilidade política que culminou, em 1992,  na instauração de um processo de impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, por crime de responsabilidade. O vice-presidente Itamar Franco assumiu o cargo e deu carta branca para Fernando Henrique Cardoso, então Ministro da Fazenda, para combater a hiperinflação. Em junho de 1993, começaram as primeiras medidas de controle da economia que levariam ao lançamento do Plano Real em fevereiro de 1994 e que deram início a uma fase de prosperidade e desenvolvimento no país.

Esse trânsito de Saturno mexeu com várias estruturas no mundo tudo. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas teve seu fim assinado em 26 de dezembro de 1991 e, com isso, vários países do Leste Europeu se tornaram independentes e puderam recuperar suas respectivas identidades e passaram a ser donos dos seus destinos.

Um rápido trânsito de Saturno em Aquário em 2020 ocorreu de 22 de março a 1º de julho, que coincidiu com o momento em que a pandemia de Covid obrigou pessoas em países de todo o mundo a ficarem em casa e mudarem seu estilo de vida, adotando um senso maior de coletividade ao mesmo tempo em que se isolavam em suas casas. Nesse período, o trabalho remoto, por exemplo, mostrou que a produtividade não depende de vigilância presencial e colocou em xeque as estruturas de produção opressivas criadas na Revolução Industrial. Outra tendência iniciada nesse período foi a valorização dos pequenos produtores locais.

Os trânsitos de Júpiter em Aquário são igualmente poderosos e marcantes. O mais recente ocorreu em 2009 e trouxe fatos marcantes positivos como a eleição de Barack Obama e uma depuração do sistema bancário norte-americano como consequência da crise de 2008 e também a epidemia de Sars-H1N1 que assustou o mundo.

O que torna o alinhamento de 21 de dezembro de 2020 realmente especial é o fato de ele acontecer no menor ângulo nos últimos 800 anos. Permitindo que os planetas associados respectivamente com os conceitos de poder e tempo se misturassem quando observados da Terra. O resultado das energias cósmicas se reflete nas ações das pessoas e pode ser percebido pelo fortalecimento de novos conceitos que desafiam as velhas mentalidades. Podemos também ver o efeito destas energias de renovação no noticiário, que sempre traz em fatos e opiniões de várias lideranças sociais, políticas, econômicas e artísticas e, também de pessoas comuns, que desejam transformações em suas vidas e ambientes.

Tudo indica que estamos saindo de uma era do ter para uma era do ser. Ou seja, deixar de focar nossas energias em uma busca desenfreada por posses e status para dedicar nossas energias à busca pela satisfação pessoal ligada aos sentimentos e ao intelecto – ou, em poucas palavras – à busca pelo equilíbrio e pela felicidade. Os jovens da geração Z, por exemplo, buscam sempre alinhar satisfação pessoal com trabalho e já não aceitam mais trabalhar em empresas que não admirem. Desejam alinhar sua filosofia pessoal com sua atividade profissional. Para cada vez mais profissionais (de todas as idades), o resultado financeiro é importante, mas não determinante.

Cada vez mais gente vai perceber que menos é mais. Que é melhor consumir menos com mais qualidade e consciência do que acumular coisas. O foco será em colecionar bons momentos com as pessoas amadas e a consciência de que o tempo passado com pessoas que amamos é que vale mais. Investir em experiências vencerá o costume de gastar com objetos. Enfim, as pessoas vão, como fez Gandhi, buscar ser a mudança que querem ver no mundo.

Tudo isso soa bastante idealista, mas já pode ser observado no comportamento de muita gente. A chegada da Era de Aquário – que vem sendo antecipada e desejada desde os anos 1960 – traz uma realidade mais leve. Existe uma explicação para isso. Na Astrologia, o signo de Aquário é regido pelo elemento ar e vem encerrar a era de Capricórnio, regido pelo elemento terra e que se caracteriza por ser materialista. Basta observar o estilo de vida capitalista e consumista que dominou os últimos séculos e que trouxe poluição para o planeta e stress crônico para as pessoas.

Parece que, finalmente, a Humanidade está entrando em uma era mais arejada em pensamentos, sentimentos e aspirações em que a prioridade é respirar. Interessante notar como a pandemia de Covid fez com que todos ganhássemos uma consciência mais profunda sobre a importância de respirar, de oxigenar nosso corpo e ideias. Outro indício, bem mais positivo, é o crescimento da meditação como atividade terapêutica diária. Toda essa energia de liberdade que o ar nos traz, aliada à sua função nutritiva do corpo e da alma, nos faz crer que na nova era será possível desenvolver relações de forma cada vez mais construtiva, arejada, e sintonizar as pessoas a conceitos coletivos que conduzem a Humanidade à evolução.

Novas ideias e ações inovadoras – ou vice-versa – vão convergir e se contrapor aos conceitos ultrapassados, moldando novas formas de pensar e agir. Isso, sim, podemos chamar de “novo normal”. Todas as verdades absolutas vão ser testadas e melhoradas. Estamos prontos para isso.

Basta ver a luta e as conquistas dos que defendem a diversidade. Todas as faixas etárias, tons de pele, gêneros e origens vêm se unindo no sentido de reclamar seu lugar nas estruturas de poder. Basta listar os heróis dos últimos séculos – de Marie Curie a Malala, de Zumbi dos Palmares a Nelson Mandela, de Lech Walesa a Barack Obama – todos mostram a força da diversidade e, além de terem sido agentes de transformação nas suas respectivas épocas, se tornaram inspiração para as gerações que os seguiram.

Existe um claro movimento global em direção à substituição de velhas verdades por novos conceitos. A influência pode ser de origem astronômica ou astrológica, mas seus resultados são facilmente perceptíveis.

No extremo oposto do que pode ser considerado esotérico, a mudança de valores sociais e a preocupação ambiental tem sido parte importante da equação dos grandes investidores mundiais. Larry Fink, principal executivo da BlackRock, que é a maior gestora de valores do mundo, encarregada de gerenciar mais de US$ 6 trilhões todos os dias do ano – volume financeiro equivalente a duas vezes o PIB brasileiro – afirmou em sua carta anual aos CEOs que a “consciência está rapidamente mudando e eu acredito que estamos à beira de uma reformatação fundamental das finanças”. No mesmo documento ele diz que o evidente risco ambiental está compelindo os investidores a revisar conceitos básicos sobre as finanças modernas. Baseado em diversas pesquisas realizadas pelo Painel Intergovernamental da ONU em Mudanças Climáticas, pela McKinsey e pelo BlackRock Investment Institute, ele alerta para o impacto das mudanças no clima sobre o sistema global que financia o crescimento econômico.

O mundo empresarial está cada vez mais consciente de que seu papel vai muito além de produzir. No Brasil, a atuação do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), entidade que reúne cerca de 60 dos maiores grupos empresariais do país, com faturamento equivalente a cerca de 45% do PIB nacional e responsáveis por mais de 1 milhão de empregos diretos, é exemplar no sentido de buscar desenvolvimento econômico sustentável. Em 2020, a entidade enviou uma carta ao governo brasileiro cobrando providências em relação à escalada do desmatamento na Amazônia e alertando para o fato de que a percepção internacional negativa em relação a esse problema teria impactos deletérios nos negócios.

O desenvolvimento sustentável tem sido uma causa cada vez mais relevante no mundo empresarial. A rede do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) conta com quase 60 conselhos nacionais e regionais em 36 países e de 22 setores industriais, além de 200 grupos empresariais que atuam em todos os continentes, se mobiliza para alertar governos sobre a importância da preservação ambiental e reforçando que a sustentabilidade é o caminho mais seguro para a riqueza.

Esse tipo de visão deixa claro que o sucesso financeiro está ligado ao bem-estar das pessoas e do planeta e se mostra sintonizado com uma visão mais humanista e ambientalista da atividade econômica.

As empresas precisam entender que sua existência é para avançar e melhorar a sociedade e não apenas fazer dinheiro. Elas precisam ter propósito. Se não for pelos motivos certos – visão de mundo, ética e respeito – que seja por razões mercadológicas. Afinal, os consumidores estão cada vez mais exigentes sobre a correção social e ambiental de tudo o que consomem. Em vários países, grupos de ativistas boicotam marcas que consideram predadoras e, por outro lado, escolhem comprar de marcas que atuam positivamente em relação à conceitos como diversidade, preservação ambiental, gestão do lixo, promoção de populações em risco econômico.

O ranking da Future Brands deixa claro que tão importante quanto ter um bom produto e entrega-lo de forma competente, uma marca tem que ter um propósito de dimensão social para garantir o seu futuro. Dentre as mudanças trazidas pela nova era está o fato de que as pessoas pensando coletivamente têm mais poder do que qualquer corporação e do que a propaganda ilusória e vazia.

O mundo foi evoluindo para chegar até esse fim do ciclo. O ano de 2020, com a pandemia de Covid, acelerou o processo de conscientização em todas as escalas – do nível mais pessoal até o internacional. Claro que algumas pessoas estão mais preparadas que outras para a nova era. Mas não há como fingir que a mudança não está acontecendo.

Compaixão, Ética, Inclusão, Ecologia e Espiritualidade, essas são as palavras que vão reinar nesse novo ciclo.

A Estrela de Belém novamente está mostrando o caminho. Basta ter humildade e fé para segui-lo.

Feliz Nova Era!

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