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Família e história: alicerces

Saber, registrar e preservar a história de sua família afeta diretamente você, os que estão à sua volta e até mesmo as gerações futuras – pessoas que você talvez nunca conheça, não apenas seus filhos e netos. Encontrar o rastro dos nossos antepassados e registrar a história da nossa ancestralidade é um alicerce importante para nosso crescimento como indivíduos.

“Um povo sem o conhecimento de sua história passada, origem e cultura é como uma árvore sem raízes.” —Marcus Garvey

Identidade Central

Conhecer nossa formação cultural e de onde viemos nos ajuda a clarear quem realmente somos. Sabemos que no Brasil, por exemplo, por causa da escravidão e, em menor medida, da imigração “sem registros”, muitas pessoas não possuem a possibilidade em conhecer a história dos seus antepassados. Entretanto, o convite aqui é para que vejamos aqueles que vieram antes – tanto quanto pudermos. É possível conhecer até seus avós? Ótimo, isso já mostra muito sobre nós e como nos constituímos.

A maneira como nos relacionamos com as histórias de nossa família e criamos nossas próprias narrativas sobre nós mesmos ajuda a estabelecer nossa identidade central e única. Só você possui essa história. Podem até existir “parecidas”, mas cada uma é única.

Conexão com o seu passado

Formar relacionamentos com o passado, o presente e o futuro da família podem preencher uma necessidade inata em nós.

É fato: os seres humanos procuram a sensação de pertencimento e conexão. Os relacionamentos que formamos com outras pessoas podem ser incrivelmente duradouros, não apenas com as pessoas do nosso presente, mas também com as do nosso passado e futuro. Quanto mais descobrimos sobre nosso passado, maior é a conexão que sentimos com nossos ancestrais e honramos quem nós somos. À medida que registramos nossa própria história, abrimos a oportunidade para as gerações futuras se conectarem conosco quando partirmos.

Em uma palestra TED popular intitulada  Everything You Think You Know about Addiction Is Wrong, o jornalista britânico Johann Hari ensina que o oposto do vício não é a sobriedade, mas sim a conexão. Conectar-se com membros de nossa família do passado e do presente, aprendendo sua história, preenche uma necessidade inata em cada um de nós.

Uma família forte é um alicerce para nos ajudar a encarar as adversidades na vida. Não importa como foi o dia para você, não importa como as pessoas devem ter se comportado com você e não importa os problemas que você tenha enfrentado. Quando sabemos que temos um refúgio seguro e acolhedor, nos sentimos mais fortes. É um abraço no nosso coração.

Aqui quero fazer um parêntese. Nós sabemos que muita gente possui famílias que não seguem o “script”. Pais que abandonam os filhos, ou não presentes… Brigas familiares… Enfim, existem N coisas que podem acontecer. Entretanto, isso não significa que negar a família seja a saída. Precisamos saber equilibrar a nossa individualidade com a nossa história. Nós somos um melange das nossas experiências e da sabedoria dos nossos parentes ou aqueles que escolhemos como sendo nossa família.

Por isso, quando lermos “família”, podemos pensar naqueles que cuidaram de nós – amigos, por exemplo.

Quais são as características de uma família forte?

Cada família é diferente. Mas todas as famílias “fortes” têm algumas características em comum. Algumas delas estão listadas abaixo:

Tenha uma boa comunicação. Uma família saudável fala e se ouve. (Sim, pois é comum falar e não ouvir.) Encoraja adultos e crianças a opinar na tomada de decisões, a compartilhar suas opiniões ou a falar sobre suas expectativas e decepções.

Compartilhe um sentimento de união. Os membros da família compartilham crenças comuns e, portanto, sentem-se ligados uns aos outros. Esse senso de semelhança produz afirmação psicológica e a pessoa tem a satisfação de estar junto com pessoas que pensam como você. Aquilo que não “bate”, você pode apenas aceitar. Não tente mudar a opinião do outro. É um suor desnecessário, pois o resultado não vale a pena.

Passe tempo juntos. Parentes que fazem questão de fazer pelo menos uma refeição junto todas as semanas mostram o “compromisso” em estarem em relação. O que sua família gosta de fazer? Jogar baralho, acampar, jantar fora, discutir política… Não importa, envolve-se ativamente na vida um do outro.

Mostre cuidado e carinho a todos. Ficou muito famoso nos últimos anos a chamada “comunicação não-violenta”. Ela só é possível se começarmos dentro de casa.

Lidere pelo exemplo. Os mais velhos seguem o que ensinam aos membros mais jovens da família. O sistema de valores é natural.

A família é cuidado

Assim como cuidamos da nossa carreira, dos nossos “amores”, precisamos cuidar da nossa família. É como regar uma flor. Não adianta acharmos que ela crescerá sem cuidados, sem nutrientes, sem atenção. Estar 100% presente na hora de estar com a família, sem celular e sem redes sociais, pode ser um bom início.

Que tal começar a contar a história de sua vida? Quem você é? O que você herdou de seus antepassados?

 

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