“Diminua o carboidrato!” “Ingira pouca gordura!” “Cuidado com os industrializados!”… Pois é, tenho certeza de que você já ouviu essas palavras de ordem pelo menos uma vez na vida. Recebemos uma avalanche de diretrizes, normas, conselhos e sugestões sobre o que devemos comer para sermos saudáveis. A ciência nutricional avançou, as pessoas têm mais consciência do poder do alimento, mas… Todo mundo continua doente, taxas de obesidade permanecem subindo e a depressão é considerada a doença do século. Qual será o tipo de dieta que guiou a sociedade para esse estado?
Já lhe adianto: não tem apenas relação com o que você coloca no prato. Na verdade, a questão é: como você está nutrindo não seu corpo, mas sua mente?
A nova era da modernidade ar chegou para nos mostrar que nossa mente é a grande e verdadeira diretriz de nossas vidas. Nutri-la com bons alimentos – ricos em vitaminas – é a nossa única opção para sermos verdadeiramente saudáveis.
Mas como fazer isso?
É tudo uma questão de perspectiva
Vamos supor que você acorda um dia super bem. Disposição à mil, de bem com a vida… Faz um belo café da manhã, toma um banho gostoso e vai para o trabalho. Chegando lá você dá um “Bom dia!” animado para a recepcionista e não recebe nem um mero sorriso em troca. Já no elevador, você acaba vendo a tela de notícias, que começa a passar uma série de: incêndios, assassinatos, quedas na bolsa, prisões, escândalos… Plim. Chegou no seu andar e você dá de cara com um colega de trabalho que nunca está de bem com a vida. A primeira coisa que ele fala é: “Nossa, estou muito cansado. Não aguento mais essa empresa!”.
Veja bem, você nem começou seu dia de trabalho e toda aquela sua energia e disposição foram por água abaixo, não é mesmo?
A sua perspectiva sobre o dia mudou de acordo com as informações que você recebeu. E isso é normal – afinal, somos um produto do nosso espaço social e ele determina como vivemos, percebemos, pensamos e agimos no mundo, de acordo com o sociólogo Pierre Bourdieu.
Contudo, ao sabermos que estamos com tal perspectiva sob a realidade é possível que mudamos o nosso ponto de vista. Uma estimativa levantada por uma recente pesquisa americana apontou que um jovem chega aos 18 anos com mais de 200.000 cenas de violência gravadas no seu inconsciente. Imagine como esse adolescente vai entender a realidade quando adulto? Como um campo de guerra ou de harmonia?
O autoconhecimento além do corpo
Ao perceber que comer queijo não te faz bem, o que fazer? Não coma o queijo. E porque não fazer essa dieta também com tudo o mais que você consome: das notícias que lê, às pessoas que segue nas redes sociais; dos seus colegas negativistas, aos incontáveis filmes de guerra. O que consumimos é a energia pela qual nos nutrimos e que nos ajuda a criar nossos hábitos e, assim, nossa forma de ver o mundo.
Esse consumo indiscriminado gera, de acordo com estudos recentes, não só crises de pânico, estafa, ansiedade e depressão, mas também efeitos físicos graves.
Estar em alerta e seus efeitos sobre o corpo
Quando estamos constantemente bombardeados por notícias ruins, pessoas negativas e, assim, pensamentos negativos, nosso corpo sente – tanto quanto sente quando comemos um fast food. O cérebro percebe essas situações como ameaçadoras e aciona o sistema nervoso simpático. Dessa forma, aumenta-se a produção de cortisol e adrenalina. Resultado: os batimentos cardíacos e a respiração aceleram, a pressão arterial sobe e os músculos se contraem. Até aqui, ok. Nada de anormal.
Contudo, imagine o seu corpo receber essa descarga de adrenalina constantemente? As reações sentidas pelo corpo serão potencializadas – o que, de acordo com pesquisas recentes, podem levar a :
- Redução do calibre dos vasos sanguíneos;
- Aumento do risco de hipertensão;
- Arritmias cardíacas;
- Problemas de pele;
- Distúrbios digestivos e;
- Redução da nossa capacidade mental.
Agora uma pergunta: é esse caminho que você quer seguir? Caminho esse que parece que o mundo gira contra nós, que temos sempre uma reclamação a fazer e que somos meras vítimas das situações? Quando percebemos que somos os verdadeiros criadores da nossa realidade, o vitimismo torna-se quase como uma birra de criança.
Detox mental deve ser a nova dieta do momento?
Se não podemos controlar uma pessoa que nos faz nos sentir mal ou até mesmo todas as tragédias que acontecem no mundo, pelo menos podemos escolher como – e se – iremos recebê-las.
É a mesma lógica do jejum intermitente, que está na moda nos dias de hoje. A ideia desse protocolo é que o nosso corpo se limpe de tudo o que não lhe serve para que, ao acabar o jejum, ele saiba funcionar de uma forma mais eficiente.
Ora, se estamos saturados de notícias ruins, postagens em redes sociais que não nos agregam, fake News e outras tragédias, a nossa mente deve estar tão sobrecarregada quanto o nosso corpo que come um fast food aqui ou acolá.
Por isso, quem sabe não chegou a hora de pensar também em um jejum de todas essas distrações? Faço-lhe um convite: que tal ficar 16 horas sem falar coisas tóxicas, sem estar com pessoas negativistas, sem ver notícias ruins? Depois venha me contar o que mudou no mundo – ou em você.
“Equilíbrio é a habilidade de olhar para a vida a partir de uma perspectiva clara – fazer a coisa certa no momento certo.
Uma pessoa equilibrada será capaz de apreciar a beleza e o significado de cada situação seja ela adversa ou favorável.
Equilíbrio é a habilidade de aprender com a situação e de prosseguir com sentimentos positivos. É estar sempre alerta, ser totalmente focado, e ter uma visão ampla.
Equilíbrio vem do entendimento, humildade e tolerância. O mais elevado estado de equilíbrio é voar livre de tudo e, ainda assim, manter-se firmemente enraizado na realidade do mundo.” Lekhraj Kripalani.